MINHA AMADA NATUREZA
O que me fascina
nestes banhos de natureza,
que tomo aqui no Alentejo,
é a ordem natural com
que as coisas são feitas.
O feno já está suficientemente
alto, para ser cortado,
só que antes dele, há ainda
tanta coisa para fazer,
como apanhar as batatas,
matar o porco,
sulfatar a vinha,
plantar o arroz.
A burra que espere,
que vá comendo a erva
do chão do caminho,
até que as refeições de feno
se possam servir nesta ordem mágica
que tem a minha amada natureza.
ADIVINHA COLORIDA
Qual é coisa,
Qual é ela,
Que é,
Roxo, violeta,
Amarelo, verde,
Branco, azul,
Não é o arco-íris,
Nem uma tela de linho,
Nem a paleta de um pintor,
Nem um livro para pintar,
Ondula como o mar,
Mas não tem água,
Abana com o vento,
Mas não é canavial,
Não é manta de retalhos,
Mas proporciona o melhor sono?
É a planície alentejana,
Abençoada pela natureza,
Num dia de Primavera,
Com flores a despontarem
Por tudo o que é lugar.