POEMA DE JOSÉ LANÇA-COELHO
CONTEMPLANDO
O balir do rebanho
é tão antigo, como
o sentir da minha alma.
O gorjeio dos pássaros
(pre)enche o meu respirar
com o auxílio do sol.
O latir dos cães,
é o sangue a escorrer
pelas minhas veias.
No milenar passar dos dias,
ouço a erva brotar da terra,
que um dia me há-de cobrir.
Na Natureza nunca há morte,
apenas mudança de estado,
se hoje sou carne corruptível,
amanhã serei, talvez,
árvore para regar.